Todo bairro suburbano que se preze tem o seu "Cruzeiro" -uma grande cruz, geralmente de madeira, colocada em um ponto estratégico do bairro e no qual os moradores acendem velas ou fazem orações em homenagens aos seus mortos,aos seus santos protetores, ou, finalmente, às almas.
Via de regra,tais cruzeiros têm fama de serem locais de assombrações e aparições fantásticas.
Entre muitos bairros, o Telégrafo sem feio tem também o seu cruzeiro,localizado na rua Curuça, em frente ao Grupo Escolar Princesa Isabel. Tal Cruzeiro foi colocado pelos padres da igreja de São Raimundo, com marco dos festejos das Santas Missões, no ano de 1958. E até Hoje está lá.
Conta-nos Luíz Figueiredo,antigo morador do bairro, que certa vez o senhor José,residente na rua Curuçá, próximo à passagem Cuiabal, voltava cerca de 23:30 horas para sua residência. Vinha de seu emprego, onde fizera algumas horas extras. Pensando nos cruzeirinhos a mais a receber, cantarolava uma canção. José era um homem sóbrio: não bebia e dificilmente participava das rodas que se fazian nos cantos para discutir futebol. Chefe de numerosa família, vivia arquitetando mil e uma maneiras de complementar o parco salário, que mal dava para mitigar a fome de seus familiares. Na impossibilidade de conseguir outros " bicos", trabalhava horas extras na firma, onde, embora não fosse muito o que ganharia,era,contudo, infalível.
-Mas vale o pouco certo do que o muito duvidoso,pensava.
Ao aproximar-se de sua casa, divisou um vulto perto do Cruzeiro.
Como na época ladrões andavam pelas imediações, José resolveu verificar o que o indivíduo fazia ali, já próximo ao meio da noite. Conhecido por todos e a todos conhecendo, se fosse algum estranho, daria o alarme.
Ao chegar perto,notou o traje diferente: batina. Despreocupado, avançou para saudar o Sacerdote. Porém, ao aproximar-se ainda mais, não quis acreditar no que seus olhos viam. Esfregou-os. Olhou de novo. Continua a ver a mesma coisa. Calafrios. Suores.
-Meu Deus, não é possível .E, dizendo isto, José mais uma vez esfregou os olhos e olhou. No relógio, meia-noite!
De pé,junto ao cruzeiro,estava o Sacerdote, batina negra,e neste instante ajoelhava-se. Apenas-e muito simplesmente-o Padre não tinha cabeça. Lá estava seu corpo, seus pescoço e no lugar da cabeça, o Vácuo.
José não teve mais dúvidas desta vez.
Saiu em desabalada carreira, meteu o pé na porta de sua residência, colocando-a embaixo.
Aos seus familiares narrou o fato, justificando o gesto pelo pavor que o acometera.
Tirei essa lenda do livro Visagens e Assombrações de Belém do autor Walcyr Monteiro. De fato o Padre sem cabeça foi visto muitas vezes nesse local, que foi evitado por muitas pessoas por bastante tempo que hoje ainda continua sendo o Bairro do Telégrafo em Belém.
Beijos
Adorei! A primeira foto, com a ilustração, esta muito bacana!
ResponderExcluirBeijos, Juliana!
http://afinefrenzzy.blogspot.com.br/
Woow' Adorei '
ResponderExcluirO padre sem cabeça haha ' gostei da história!
mundoemcartas.blogspot.com.br
Que bom que gostou Markus :3
ExcluirOi, Erika! Nossa, fiquei com bastante medo dessa! rs Aqui onde moro também tem um cruzeiro, já fui até lá uma vez (graças a Deus não vi nenhuma assombração!)! Mas enfim, parabéns pelo post! Gosto bastante de ler as lendas! :)
ResponderExcluirAbraço
http://tonylucasblog.blogspot.com.br/
Muito interessante e tensa. Adorei :)
ResponderExcluir;**
Red Behavior
Que bom que gostou flor <3
ExcluirOii lindona, tudo bem???? Adorei conhecer mais uma lenda. Aqui não tem um cruzeiro e acho que se tivesse, eu teria muito medo, hahahha
ResponderExcluirBeijooos
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